Que aquele que retém, retenha, até que este homem seja destruído.
Dado que a apostasia deve ser o ambiente preparatório para o advento do Anticristo, que é o flagelo mais formidável que terá virado o mundo de cabeça para baixo, não é o dever que se impõe lutar para reprimi-lo, esforçando-se para trazer de volta a Jesus Cristo e à Igreja as nações, as famílias, os indivíduos que se separaram Dele ou que ameaçam fazê-lo? O vento de cegueira e de deserção que já varre uma parte da sociedade e a leva à secularização, isto é, ao afastamento do Evangelho e da Igreja, é talvez apenas temporário, tendo Deus tornado as nações curáveis. A ideia cristã pode voltar a florescer, perfumar e vivificar como no passado. Portanto, não há razão para desanimar. Longe disso! Devemos pôr-nos a trabalhar com determinação, e fazê-lo com confiança e generosidade. Leão XIII não deu o exemplo e Pio X não o dá atualmente?
O que Leão XIII não fez para conter os indivíduos e as nações a salvo dessa inclinação fatal da apostasia? Limitemo-nos às nações.
Toda a política religiosa deste grande Papa parece ter sido inspirada nesta exortação de São Paulo: “Somente falta que aquele, que agora o retém, desapareça. Qui tenet nunc, retineat, donec de medio fiat”1.
Sabemos em que ocasião São Paulo redigiu essa exortação. Desenhando antecipadamente o retrato do Anticristo, tal como foi reproduzido nestas páginas, São Paulo revelou ainda aos tessalonicenses que um obstáculo estava atrasando o advento do “homem do pecado”: “E vós agora sabeis o que é que o retém, até que chegue o tempo de se manifestar”2, e depois acrescenta: “Somente falta que aquele, que agora o retém, desapareça”. Como a Tradição não preservou as explicações verbais desenvolvidas pelo Apóstolo antes dessa epístola aos Tessalonicenses, formaram-se opiniões muito divergentes ao longo dos séculos. Embora respeitando profundamente ambos, as nossas preferências são as indicadas por Santo Tomás de Aquino. A interpretação do Anjo da Escola explica o passado e ilumina o futuro.
É evidente pelas palavras de São Paulo que existe, contra o aparecimento do Anticristo, um obstáculo e alguém que mantém o obstáculo; existe uma barreira e alguém que guarda a barreira. O Anticristo só aparecerá quando, rejeitado e posto de lado o guardião do obstáculo, o próprio obstáculo for removido.
Ora, qual é esse obstáculo, e qual é a barreira?
Continue a leitura com um teste grátis de 7 dias
Assine Verbum Fidelis para continuar lendo esta publicação e obtenha 7 dias de acesso gratuito aos arquivos completos de publicações.